Nem abraçar aquele velho amigo
E pedir que conte a velha piada
Tantas vezes repetida, tantas vezes contada
Já não sei ir tomar um copo
Àquele bar onde de tudo e de nada falávamos
Das mulheres presentes nas nossas vidas
Das paixões perdidas e das paixões proibidas
Já não sei ir ao futebol
Chamar aqueles nomes feios aos árbitros
Por terem anulado aquele tão bonito golo
E eu, aos pulos, vociferar como um tolo
Já não sei reconhecer a tua boca
Esses lábios doces cor de mel
Escondidos por uma máscara tão fria
Símbolo negro e maior desta pandemia
Já não sei dançar o tango
A valsa, a kizomba, um bolero
Não posso aquela mulher desafiar
E sozinho não sei nem quero dançar
Já não sei se assim é viver
Este tempo surgiu sem nada nos dizer
Vou pedir ao tempo se pode parar
E a vida voltar de novo recomeçar
Já sei a resposta
Que o tempo me vai dar
Se não queres este tempo continuar
Sonha e volta a sonhar
João BarbosaAgosto de 2020
3 comentários:
Gostei muito deste poema. Quem é o autor?
Gostei muito deste poema.
O nome do autor está no final do poema
o autor é João Barbosa
Enviar um comentário