segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

OS MOINHOS DA MINHA INFÂNCIA


 Da minha infância

A memória nada guardou

De quando era criança

De nada lembro, nada ficou

 

Porém, um sentimento, uma paixão

Dos tempos da minha meninice

Ainda hoje me corre nas veias

Os moinhos de papel cheios de garridice

Que minha querida mãe me comprava

Muitas vezes nas praias ou nas feiras

 

Todavia, agora quando passo e olho

Para uma roda colorida de moinhos

Sinto dentro de mim alguma nostalgia

O plástico substitui o papel lustroso

E os moinhos já não têm a mesma Poesia

 


Maria Josette Neves 

in: Entre o sono e sonho - Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea  Vol XII - Chiado Books

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