Da minha infância
A memória
nada guardou
De quando
era criança
De nada
lembro, nada ficou
Porém, um
sentimento, uma paixão
Dos tempos
da minha meninice
Ainda hoje me
corre nas veias
Os moinhos
de papel cheios de garridice
Que minha
querida mãe me comprava
Muitas vezes
nas praias ou nas feiras
Todavia,
agora quando passo e olho
Para uma
roda colorida de moinhos
Sinto dentro
de mim alguma nostalgia
O plástico
substitui o papel lustroso
E os moinhos
já não têm a mesma Poesia
Maria Josette Neves
in: Entre o sono e sonho - Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea Vol XII - Chiado Books
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