Antes do desenvolvimento e massificação do automóvel, o boi, o cavalo, o burro, o macho ou a mula, com ou sem carroça atrelada, eram os animais mais utilizados para o transporte. Cada aldeia possuía o seu ferrador, porque o gado cavalar, até meados do século XX, era do mais vantajoso e generalizado em todas as regiões de Portugal.
A profissão de ferrador estava muitas vezes associada à de ferreiro, que na sua oficina forjava as ferraduras adaptadas às características de cada animal.
Atualmente o ferrador já não fabrica as ferraduras, adquirindo-as já feitas, mas continua a adaptá-las à anatomia de cada animal, batendo-as na bigorna.
A ferragem de um animal inicia-se com a retirada da antiga ferradura, posteriormente limpa-se e apara-se os cascos, com o “corta cascos”. A nova ferradura é então colocada e presa com cravos, um processo designado como de “atarracar a ferradura”.
Por último, rebate-se e corta-se as pontas dos cravos que prendem a ferradura à pata do animal. A derradeira operação consiste em “grosar” os cascos com a ferradura já presa, para que haja uma boa adaptação ao casco do animal.
Uma boa colocação da ferradura significa uma maior proteção dos cascos e tal facto repercute-se numa maior longevidade do animal.
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