Na última terça-feira, 8 de junho, tive a oportunidade de visitar a exposição “D. MARIA II de princesa brasileira a rainha de Portugal 1819-1853” que está sendo realizada no Palácio Nacional da Ajuda desde 26 de maio e irá até 29 de setembro de 2021.
Na altura do terremoto de 1755 por ordem
do Rei D. José I foi contruído o palácio, pois a família real sobreviveu a
catástrofe e como esta região da Ajuda os abalos foram de menor intensidade
ocasionando menos estragos foi lá residir, a edificação a princípio era de
madeira para resistir aos tremores frequentes ou a futuros cataclismos.
Paço Madeira ou Real Barraca foi como
ficou conhecido e permaneceu residência da corte por três décadas,
posteriormente, em 1794 aconteceu um incêndio destruindo a habitação real e
suas valiosas preciosidades, mais adiante foi reconstruído um novo palácio em
alvenaria, mas dizem que nunca foi acabado e sempre há algo mais a concluir...
Em 07 de junho foi inaugurada mais uma
ala, o Museu do Tesouro Real que marca o fim de uma obra por mias de 200 anos
de história, mas somente abrirá ao público no próximo novembro que terá uma
coleção considerada uma das mais valiosas do mundo. O Presidente Marcelo Rebelo
de Souza mencionou no seu discurso: “Esta é uma enorme riqueza de Portugal, um
longo e instrutivo passado feito presente, repleto de lições para o futuro…”
A alternância da escolha da residência
oficial conforme o gosto de cada monarca foi o que contribuiu para a evolução
das obras e decorações em seus ambientes até 1910 com instauração do regime
republicano, este palácio foi fechado.
Em determinado período as visitas eram
de acesso restrito e somente abriu ao público em 20 de agosto de 1968.
Atualmente é cenário de cerimônias protocolares de representação de Estado,
além de ser considerado um dos mais importantes museus de artes decorativas do
país e frequentemente há exposições temporárias.
A Exposição atual é uma viagem no tempo
ao Brasil e Portugal que conta a história da grandiosidade da segunda e última
mulher até então a dirigir a nação portuguesa. A família real foi para o Brasil
no final de 1807 na altura da invasão francesa, tornando-se o Rio de Janeiro a
capital do Reino, posteriormente, D. João VI retorna a Portugal e deixa seu
filho no Brasil, este decide não regressar mais adiante proclama a
independência em 1822, tornando-se o primeiro imperador do Brasil, D. Pedro I.
D. João VI morre em 1826 e D. Pedro
abdica do trono português em favor de sua filha D. Maria que passa ser Rainha
Portuguesa, D. Maria II aos 7 anos, ela nasceu no Rio de Janeiro em 1819, a
qual foi a única monarca que reinou na europa nascida nas américas, porém
somente aos 15 anos em 1834 iniciou seu reinado quando foi declarada apta
exercer a soberania até sua morte aos 34 anos no parto do seu 11º filho em
1853.
D. Maria teve seu primeiro casamento com
D. Miguel, irmão de D. Pedro, que foi acordado para juntos governar Portugal,
mais na frente ele rejeitou o acordo, proclamando-se rei absoluto de Portugal
e, assim, D. Pedro I abdicou da coroa imperial do Brasil em favor de D. Pedro
II aos 5 anos e partiu para Europa com a filha para lutar pelos seus direitos à
coroa de Portugal.
D. Maria II casou por três vezes, o
primeiro com seu tio Miguel por procuração e com sua derrota pelos liberais foi
exilado e casamento anulado; o segundo em 1834 com D. Augusto de Leuchtenberg,
um breve casamento, pois ele morreu no início de 1835; o terceiro em 1836 casou
com D. Fernando de Saxe-Comburgo-Gotha que era sobrinho do rei Leopoldo da
Bélgica com quem foi feliz e juntos tiveram 11 filhos.
Apesar de tempos muito conturbados, o
seu reinado foi considerado o período que houve uma das maiores transformações
políticas e sociais contemporânea no país. Ela ficou conhecida pelo cognome de
“Educadora”, dedicou para que seus filhos tivessem boa educação, como também,
foi responsável por criação de liceus, escolas primárias, médicas,
politécnicas, o Instituto Agrícola e o Conservatório de Música.
Na sua época proporcionou ao país a
entrar na era das estradas, das comunicações, dos comboios entre muitas outras
benfeitorias deixando seu legado para dar continuidade ao progresso da nação
que beneficiou os reinados seguintes, os quais foram dois de seus filhos, D.
Pedro V e D. Luís.
A Exposição foi em decorrência aos 200
anos de seu nascimento com a união de esforços e trabalhos árduos de várias
entidades governamentais e culturais para reunir documentos, mobílias, objetos
de arte e tudo mais que nos reporta á época para vivenciarmos uma porção da
história de Portugal e do Brasil.
Vale muito conhecer…
Belíssimaaaa….
Junho 2021
Liliana Borges
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