Domingo de primavera com céu azul, nosso astro rei iluminando e colorindo o dia tive o prazer de conhecer o parque da Fundação Calouste Gulbenkian e depois assistir um concerto no seu auditório, pois fui presenteada pela passagem de meu aniversário com o bilhete do espetáculo ofertado por uma boa amiga que adquiri nestas terras portuguesas.
Na Europa é comumente as famílias,
amigos, namorados passarem o dia em seus parques onde se confraternizam, fazem
piqueniques, praticam atividades desportivas, entre muitas outras. Imaginem
como estava lindo coincidindo com a reabertura do novo normal, onde as pessoas
tomavam sol nos gramados, as crianças a brincarem, os apaixonados a namoricar,
a vida a fluir…
Calouste Sarkis Gulbenkian é descendente
de uma ilustre família arménia, nasceu em Istambul em 1869 e faleceu em 1955 em
Lisboa que passou a residir na altura da Segunda Guerra Mundial e viveu seus
últimos treze anos (1942 a 1955), falecendo aos seus 86 anos no país que o
acolheu. Homem de negócios, colecionador de arte e filantropo.
Ele foi uma personalidade visionária no
seu tempo, articulava e promovia acordos e entendimentos no mundo econômico
ligados ao petróleo, o qual dominava vários idiomas, conhecimentos e mais a sua
posição aristocrática que facilitavam o livre acesso por diferentes países.
Tornou-se conhecido como o Senhor Cinco por Cento, pois era sua participação
societária em diversas companhias petrolíferas.
Sua grande paixão era a arte e, assim,
tornou-se um dos maiores colecionadores do mundo, porém deixou em testamento a
criação de uma fundação que é portadora de seu nome que declarou herdeira de
sua fortuna, não esquecendo de beneficiar os membros de sua família. Sua
fortuna além da magnífica coleção de obras de arte também incluía sua participação
e interesses nos negócios do petróleo.
O primeiro presidente da fundação foi
José de Azeredo Perdigão que redigiu seus estatutos, como também, teve a
habilidade de reunir em Lisboa as obras de arte de sua coleção que estavam
espalhadas pelo mundo e atualmente estão concentradas no museu na sede da
fundação. Esta tem 4 vertentes como objetivos estatutários: a Educação, a Arte,
a Ciência e a Beneficência.
A Fundação está situada no centro de
Lisboa, próxima a Praça da Espanha, no interior de deslumbrantes jardins com
uma área de 7,5 hectares. Ela é composta por várias edificações, como os
edifícios da sede, o museu, o centro de arte moderna, e ainda, abrange um
auditório, quatro anfiteatros, zona de congressos, duas galerias de exposições
temporárias, uma biblioteca, livrarias, cafeterias, além de espaços ao ar livre
para merendas nos seus jardins.
Na última terça-feira, 18 de maio, foi o
Dia Internacional do Museu, então aproveitei a data para conhecer o espaço e
participar do evento promovido sobre a “História da Exposição de Arte da
Fundação Calouste Gulbenkian”, porém perdi com poucas pessoas a minha frente em
decorrência da redução do número de assentos disponíveis de acordo com as
regras estabelecidas para o combate da pandemia.
O Museu tem um acervo de cerca seis mil
peças por cinco mil anos de história, todas pertenciam a Calouste Gulbenkian
que é considerada uma das mais importantes coleções privadas da arte
internacional. Ele era amante da arte, na entrada da edificação está descrita uma
mensagem de sua autoria: “…Posso dizer sem receio de exagero que as considero
como “filhas” e que o seu bem estar é uma das preocupações que me dominam.
Representam cinquenta ou setenta anos da minha vida…”
Quanto ao Concerto que apreciei no
Domingo no Grande Auditório no Edifício Sede, “Ciclo Grandes Intérpretes” com a
apresentação do duo Yuja Wang, pianista chinesa, e Andreas Ottensamer,
austríaco solista e clarinetista principal da Orquestra Filarmónica de Berlim,
o espetáculo foi inebriante, deslumbrante…
Ademais do belíssimo empenho dos
renomados músicos reconhecidos internacionalmente, simplesmente, no decorrer da
apresentação abriu a cortina no fundo do palco para uma grande vidraça que daí
vislumbrávamos os magníficos jardins da fundação, os pássaros naturalmente a
voar e ao som no interior do recinto dos instrumentos harmonicamente misturados
com a paisagem do exterior…
INDESCRITÍVEL…
Cantos e Recantos das Belas Terras
Lusitanas….
Maio 2021
Liliana Borges
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