É maior do
que o verdilhão, assumindo-se, dessa forma, como um
dos maiores elementos da família dos fringilídeos. Esta espécie é pautada
pelo dimorfismo sexual, pelo
que, quando adultos, os machos se revestem de uma plumagem inteiramente
vermelha-carmim, ao passo que as fêmeas, a par dos espécimes juvenis, mantém
uma plumagem esverdeada e cinzenta.
A sua característica mais marcante é o bico,
cujas mandíbulas se cruzam na extremidade, permitindo-lhe abrir pinhas, para
extrair os pinhões nelas contidos. As
populações destas aves são nómadas condicionadas pelo tipo de alimentação.
Fazem uma alimentação quase exclusivamente à base das pinhas das coníferas,
especialmente as dos pinheiros
Durante a
época de acasalamento, toca às fêmeas o papel de construção dos ninhos. Costumam
construí-los nos cocurutos dos pinheiros e dos abetos, servindo-se dos
materiais disponíveis nas cercanias, (como os ramos da própria árvore, musgo,
líquenes e felgas).[6] Amiúde, o macho acompanha a fêmea na tarefa de recolha e
transporte destes materiais, durante a nidificação.
A postura cifra-se em três ou quatro ovos por
época, embora excecionalmente possa haver mais do que uma postura por ano,
sendo que a respetiva incubação tarda entre 14 e 16 dias. Durante este
compasso de espera, a fêmea conta com o macho para a alimentar e proteger. Sendo
que no rescaldo da eclosão, as crias são alimentadas apenas pelo pai.
Mais tarde, sensivelmente ao fim de 14 dias,
as crias principiam a saída do ninho, sendo certo que ainda são alimentados
pelos progenitores durante mais alguns dias.
A expressão do
cruza-bico é imprevisível e inconstante em Portugal, tanto podendo surgir em
grandes números em certos anos, como praticamente ausentar-se do país noutros. Tais
instabilidades populacionais resultam dos fluxos populacionais vindos do Norte
da Europa, que propiciam movimentos migratórios para o Sul do continente.
Os dois últimos grandes
influxos que se deram em Portugal ocorreram em 1990 e 1993, sendo que em anos
mais recente se têm observados pequenos incrementos.
Na pendência dos anos
de invasões, os primeiros cruza-bicos aparecem geralmente em Agosto, podendo
haver ulteriormente novas observações durante o Outono. Por vezes a
espécie permanece até à Primavera seguinte, chegando mesmo a nidificar no país
em certos anos.
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