quarta-feira, 24 de novembro de 2021

INVERNO


Cruza-bico

É maior do que o verdilhão, assumindo-se, dessa forma, como um dos maiores elementos da família dos fringilídeos. Esta espécie é pautada pelo dimorfismo sexual, pelo que, quando adultos, os machos se revestem de uma plumagem inteiramente vermelha-carmim, ao passo que as fêmeas, a par dos espécimes juvenis, mantém uma plumagem esverdeada e cinzenta.

A sua característica mais marcante é o bico, cujas mandíbulas se cruzam na extremidade, permitindo-lhe abrir pinhas, para extrair os pinhões nelas contidos. As populações destas aves são nómadas condicionadas pelo tipo de alimentação. Fazem uma alimentação quase exclusivamente à base das pinhas das coníferas, especialmente as dos pinheiros

Durante a época de acasalamento, toca às fêmeas o papel de construção dos ninhos. Costumam construí-los nos cocurutos dos pinheiros e dos abetos, servindo-se dos materiais disponíveis nas cercanias, (como os ramos da própria árvore, musgo, líquenes e felgas).[6] Amiúde, o macho acompanha a fêmea na tarefa de recolha e transporte destes materiais, durante a nidificação.

A postura cifra-se em três ou quatro ovos por época, embora excecionalmente possa haver mais do que uma postura por ano, sendo que a respetiva incubação tarda entre 14 e 16 dias. Durante este compasso de espera, a fêmea conta com o macho para a alimentar e proteger. Sendo que no rescaldo da eclosão, as crias são alimentadas apenas pelo pai.

Mais tarde, sensivelmente ao fim de 14 dias, as crias principiam a saída do ninho, sendo certo que ainda são alimentados pelos progenitores durante mais alguns dias.

A expressão do cruza-bico é imprevisível e inconstante em Portugal, tanto podendo surgir em grandes números em certos anos, como praticamente ausentar-se do país noutros. Tais instabilidades populacionais resultam dos fluxos populacionais vindos do Norte da Europa, que propiciam movimentos migratórios para o Sul do continente. 

Os dois últimos grandes influxos que se deram em Portugal ocorreram em 1990 e 1993, sendo que em anos mais recente se têm observados pequenos incrementos.

Na pendência dos anos de invasões, os primeiros cruza-bicos aparecem geralmente em Agosto, podendo haver ulteriormente novas observações durante o Outono. Por vezes a espécie permanece até à Primavera seguinte, chegando mesmo a nidificar no país em certos anos.


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