sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

AQUELA CANÇÃO

 


Até que a rapariga não cantava mal. 

Era uma daquelas músicas brasileiras a que a voz doce da cantora emprestava uma sensação de cócegas. 

As pessoas mais preocupadas com o conteúdo dos pratos, pouca ou nenhuma atenção lhe votavam.

Ela persistia na balada, onde o amor ainda havia de voltar.


Um pouco tímido cruzou os olhos com os da artista e mais timidamente ainda os deixou cair. 


A voz dela parecia mais doce e a letra da canção era como se fosse só para ele. 

Falava de tristezas passadas e de muitas promessas de um amor que iria acontecer. 

Havia lamentos e todas as venturas de um dia que estava tão próximo.

Falava de beijos quentes, de promessas que pareciam reais.

Ficou enlevado e procurou-lhe os olhos que num largo sorriso o deixou confuso.

Desviou o olhar e o rubor tomou conta do seu rosto, como de um rapazinho envergonhado. 


No seu cérebro mil projetos se começaram a desenhar. 

A que horas sairia? Iria só, ou alguém a iria esperar?

E o sorriso? Meu Deus, aquele sorriso! 


Ficou desajeitado como sempre, sem saber tomar uma decisão. 


Pediu mais uma bebida, era a terceira e decerto não lhe iria cair muito bem. 

Não estava habituado mas a ocasião a isso o obrigava. 

Em pequenos goles ia ficando inebriado com a letra que decerto lhe era dedicada. 


Os acordes entravam nos ouvidos e as palavras daquele amor esquecido aqueciam uma existência tão vazia.  


 Será hoje meu Deus, será hoje

 Que o amor vai surgir, assim, de repente 

Trazendo tudo o que quero 

Aquecendo de forma tão boa a alma da gente 


Estava enlevado na letra, inebriado na música. 


Quando sua boca me chama 

Eu corro apressada 

Rebolo consigo na cama 

Não preciso mais nada 


O pensamento levantou voo, os olhos fecharam-se num doce torpor. 

Andou nas nuvens de mãos dadas, vogou ao sabor do vento, rodopiou agarrado aquela delicada cintura. 

Beijou aqueles cabelos negros que lhe roçavam o rosto e que o deixavam louco. 

Estava próximo daqueles lábios carnudos que em promessas se abriam para ele. 

Já sentia o sabor de um beijo quente que se aproximava. 

O corpo tremia de prazer.



O sobressalto foi enorme.

Aquela cara feia tão próxima da sua não era a da cantora, acordou sobressaltado com alguém que lhe berrava aos ouvidos: 


    - Então amigo, acorde que vamos fechar. O espetáculo acabou há muito!

       Só frio da rua o trouxe à realidade.

 


Manuel Penteado 

Dezembro 2021

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

OCEANÁRIO DE LISBOA


 Peixe cofre de bandas brancas

OCEANÁRIO DE LISBOA


 Peixe unicórnio

OCEANÁRIO DE LISBOA


 Peixe balão de pintas negras

OCEANÁRIO DE LISBOA


 Peixe anjo de banda amarela

OCEANÁRIO DE LISBOA


 Peixe Napoleão

OCEANÁRIO DE LISBOA


 Peixe palhaço

OCEANÁRIO DE LISBOA


 Anémona verde gigante

FRASE DO ANO


 

sábado, 25 de dezembro de 2021

UMA VIDA

 

Tinha acabado de fazer 23 anos e parecia já ter vivido uma eternidade. Não tinha rugas no rosto mas tinha, dentro do corpo, as marcas de uma existência difícil.

Ficara órfão, de mãe, aos 7 anos e o pai, homem simples, perdeu todo o interesse pela vida e procurou, no álcool, o refúgio para a perda da mulher que, sempre, tinha sido a verdadeira razão da sua existência.

Perdeu a mulher, o emprego, a dignidade e estava próximo de perder o amor do filho.


******

O dia estava lindo e o ribeiro corria em turbilhões, pois a chuva dos últimos dias tinha aumentado consideravelmente o caudal.

Gustavo ia atirando pedras, que em saltos iam deslizando sobre as águas. Havia três dias que não ia à escola, não se sentia bem junto dos outros rapazes, com os calções tão delidos que a cada momento tinha receio de ficar com o rabo à mostra e ser o motivo da chacota dos colegas. O Fernando era o único, verdadeiramente, seu amigo e que com ele, muitas vezes, dividia o lanche. Outras vezes era a dona Alzira que o chamava e, lhe aconchegava o estômago, com uma tigela de sopa e uma bela fatia de pão untada com manteiga.

 

*****

Quando tentava olhar para o passado, apenas via um rapazinho que lutava contra a adversidade, que se alimentava da generosidade das vizinhas, com um pai de grande coração que vivia anestesiado, nos copos de vinho, que os amigos lhe iam pagando nas tascas da aldeia.

Quando fez 14 anos o senhor Arlindo deu-lhe um lugar na mercearia, a troco de umas poucas moedas e por lhe encher o estômago em duas refeições diárias.

Aos 18 anos arranjou emprego, na vila, na cooperativa.

Era difícil, ao fim de um dia de trabalho a pisar uvas, a girar o engenho para esmagar as azeitonas ou a carregar as sacas dos cereais, voltar a uma casa vazia, onde apenas o "mandrião", velho rafeiro amarelo, escanzelado e brincalhão o vinha receber com grandes festejos, num alegre abanar de cauda.

Por toda a casa as recordações andavam de mãos dadas, com as saudades de uma mãe de quem já, quase, esquecera o rosto e a imagem de um pai, arrastando um desgosto afogado no álcool.

Era difícil olhar as paredes tão vazias e, ao mesmo tempo, tão cheias de lembranças.


*******

Neste domingo soalheiro, como habitualmente, procurou as margens do ribeiro onde, as suas pedras, faziam as melhores e mais longas derrapagens, deixando círculos que suavemente iam morrendo nas margens. As libélulas, quais maquinas aladas, pousavam suavemente nos caules que emergiam das águas. As aves, em voos rasantes, deixavam um risco de asa antes de mergulharem na superfície ondulada na procura de alimento. Em lado nenhum se sentia tão calmo, parecia que o murmúrio da aragem lhe sussurrava os conselhos, com que a mãe o acompanhava. Por vezes, era tão nítida que parecia que a voz não era trazida pelo vento, mas que a mãe estava tão presente que até doía.

Ao princípio tinha medo mas agora até ficava mais tranquilo. Fechava os olhos e imaginava-se aconchegado, nos braços macios, e banhado no perfume que nunca esqueceu e que entrava no seu corpo, tomava conta dos seus nervos, embebia os seus músculos, entrava no seu sangue e percorria-o todo numa doce sensação de paz e de tranquilidade.

Chegou a adormecer embebido nessa doce sensação de tranquilidade e, quando acordava, sentia, mas sentia mesmo, no ar aquele aroma que o corpo da mãe exalava e que lhe dava aquela paz que o tornava, por momentos, o mais feliz menino de mundo.

Ainda hoje, e já vão decorridos tantos anos, quando pousa a cabeça na sua almofada, sente a mão da mãe aconchegando a dobra do lençol.

Fecha os olhos e tenta imaginar aquele rosto, mas a imagem esta um pouco difusa, não consegue descodificar os pontos, que na sua mente, tenta compor o todo que aos poucos se tem desvanecido. Quando contempla a amarelecida foto que, religiosamente, guarda entra as páginas da Bíblia parece que o sorriso se abre mais, mas está cada vez mais esbatida. A mãe está sempre com ele, o seu cheiro, toda a sua essência mas o rosto estava a fugir, cada vez mais desbotado, como se quisesse envelhecer e não ficar na idade do filho que ia crescendo.

Naquela manhã a ribeira corria tranquila, no ar sentia o cheiro das flores de loendro que florescem nas margens.

Gustavo estendeu-se numa pedra e ficou a contemplar o horizonte e, a imaginar o que seria a vida para além daqueles montes, que ao longe, pareciam encostar ao céu e fazerem a fronteiro entre a sua existência e o outro mundo que um dia ia descobrir.

Sempre desejou fazer a trouxa e apanhar a carreira que o levasse para esse desconhecido da cidade, mas não podia deixar o pai.

Se ele partisse quem  o iria recolher, ao fim do dia,  à tasca do Onofre?

Voltou quando a fome o começou a apertar mais e as amoras não eram, já, suficientes para a enganar.


********* 

Não demorou muito que uma cirrose levasse o pai, que até à hora da morte continuou sempre a reclamar pela sua Lena, que tão cedo tinha partido.

Gustavo, ficou sozinho neste mundo onde o colocaram, sem lhe pedir opinião, e com poucas condições para poder lutar pela sobrevivência.

Agora não tinha mais ninguém a não ser aquela, desconhecida e longínqua, tia que diziam ter na cidade.

A casa podia ficar fechada e de certo que a vizinha não se importaria de ficar com o velho rafeiro, que desde a morte do pai deixara de abanar a cauda e ia definhando lentamente, deitado na soleira da porte.

Era uma decisão difícil, tinha medo do mundo que desconhecia, receava toda a confusão que via quando espreitava as notícias, da televisão, na taberna.

Agora já nada havia a fazer, já dissera ao seu chefe, senhor Pica, que deixaria de trabalhar na cooperativa e que ia abalar para a cidade.

A cabeça andava num turbilhão, as ideias estavam baralhadas, o medo tinha-se apoderado de todos os seus sentidos. Como ia enfrentar o desconhecido, como se iria orientar na cidade grande? O bulício, o frenesim, o trânsito louco e toda a voracidade, que o iriam tragar numa loucura a que tinha que se habituar.

Tinha tudo programado, amanhã cedo apanhava a carreira que o levaria ao comboio, depois seria a grande aventura. 

Foi uma noite de insónias, em todo o sonho via homens, sem rosto, que o perseguiam e quanto mais fugia mais se aproximavam, queriam à força que ele entrasse num comboio sem janelas, pintado de negro e donde saiam sons e gemidos que o arrepiavam. Acordou encharcado, corpo dorido.  Teve medo, há muito que o não sentia.

Voltou a adormecer e viu a mãe que, tal como os homens, tinha o rosto coberto por uma névoa, mas o perfume era o mesmo, doce, suave e reconfortante. Ficou inebriado e tranquilamente dormiu em paz o resto da noite.

*********

A cidade era enorme e a confusão ultrapassava tudo o que tinha imaginado, pessoas para a direita e para a esquerda num atropelo sem respeitarem nada nem ninguém.

Gustavo estava deslumbrado e confuso.

Quando agarrado à mala, enfrentou a rua ficou perdido sem saber o que fazer. Estava inquieto, baralhado e o seu olhar andava perdido ao tentar abarcar tudo o que o que o rodeava, aqueles prédios altos, os carros que se cruzavam e que só por milagre passavam sem nunca se baterem. 

As moças de pernas altas e descobertas, que se equilibravam em saltos, tão altos, que pareciam, mesmo, as andas que um dia o senhor Zé Adelino lhe tinha feito.

Uma, por sinal bem jeitosa, até lhe disse:

- Então filho hoje não queres nada? 

Ficou ruborizado, tinha ouvido falar delas, mas sempre pensou que eram fanfarronices de quem vinha à cidade, afinal era mesmo verdade.

Teve vontade de falar com a menina, mas não sabia, mesmo, o que lhe dizer.

Arranjou um quarto numa pensão barata, num terceiro andar, com uma escada íngreme e malcheirosa. A cama era pior da que deixara na aldeia, lençóis manchados e com cheiro a azedo de gordura e sexo. As paredes do quarto tinham manchas, de humidade, que aos seus olhos se tornavam em fantasmas, que o iriam prosseguir ao longo da noite e logo aqui, tão longe, na cidade grande onde a mãe não o podia ajudar.

Precisava descansar, amanhã fazia 25 anos e tinha reservado, como presente, um dia de descanso para uma visita à cidade.

O cansaço foi seu aliado e a noite foi rápida. Quando acordou pensou que tinha que aproveitar o dia, e depois tinha que procurar uma ocupação pois o dinheiro que tinha depressa ia acabar. O quarto imundo era caro, o preço de uma refeição estava acima das suas possibilidades.

*******

Vagueou pelas ruas cheias, encheu os olhos de coisas que sabiam que existiam, mas que ele nunca vira. Passeou por avenidas que pareciam não ter fim, andou ao acaso e, de repente, tinha a impressão de estar de volta a sítios por onde já tinha passado. 

Encontrou o rio, que tal como a cidade, era enorme, sujo, com barcos que deitavam fumo das chaminés. Teve saudades da sua ribeira de águas limpas, que corriam ligeiras, saltando de fraga em fraga, com as margens enfeitadas de juncos. 

Este rio era triste, as águas espraiavam-se contra as margens onde os barcos baloiçavam acompanhando a cadência dessa ondulação. 

Esteve horas olhando ao longe e a imaginar para onde iriam todos os barcos que o sulcavam. 

Estava a entardecer e a fome obrigou-o a entrar numa tasca, onde se ofereceu uma refeição acompanhada de uma cerveja, afinal era o seu aniversário.

Começou a pensar no regresso e nas voltas que teria que dar até encontrar a rua da sua pensão, tinha escrito num papel os nomes, embora tivesse a certeza do a encontrar.

Seguindo o seu sentido, atravessou o largo e seguiu a avenida, tinha a certeza, donde viera.

Ao fim teria que voltar à esquerda e seguir até encontrar, aquela praça, com a estátua de um cavaleiro. 

Já a estava a ver ao longe e sorriu satisfeito.

Levava a cabeça cheia de sonhos e projetos, arranjar um emprego, alugar um quarto com uma cozinha para poder preparar as suas refeições, ter uma vida diferente.

Embrenhado nos seus pensamentos saiu do passeio.

Ouviu um guinchar de travões, sentiu uma pancada bruta, viu-se a voar passou por cima carro e ficou estatelado na calçada. Sentiu uma dor aguda, que parecia subir pelo seu corpo, mil estrelas brilhavam no seu cérebro, um liquido viscoso corria da sua cabeça, um doce torpor ia tomando conta do seu corpo. Tinha muito sono e não queria ouvir o que diziam, as pessoas, que o rodeavam, só lhe apetecia dormir.

Junto a ele a mãe sorria, desta vez o seu rosto era tão nítido, estava rodeada de uma luz tão brilhante e a musica era tão suave. 

A aldeia estava linda com os campos cobertos de flores, o ribeiro corria manso, a sua casa estava rodeada de açucenas, o " mandrião" abanava a cauda de alegria.

A mãe, delicadamente, segurou as suas mãos.

Pela última vez sorriu.


Manuel Penteado

Dezembro 2021

 


quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

FELIZ NATAL


 Montijo - Portugal

NATAL 2021


 

MAGIA


 

NATAL 2021


 

A FADA DO AMOR


 

NATAL 2021


 Montijo - Portugal

NATAL 2021

                         Montijo - Portugal
 

NATAL 2021

Montijo - Portugal
 

AFINAL SOMOS É SÁBIOS

 

No concernente a caducidade das chamadas “Pessoas da Terceira Idade”, os Geriatras explicam que é uma etapa da vida que varia conforme a cultura e desenvolvimento da sociedade em que tais pessoas vivem. Por exemplo, em países classificados como em vias de desenvolvimento, alguém é considerado da "Terceira Idade" a partir dos 60 anos. No entanto a Geriátrica ou Geriatria, ramo da medicina que foca o estudo, a prevenção e as principais ocorrências na pessoa idosa, considera que somente após alcançar 75 anos a pessoa é considerada de "Terceira Idade". Nessa idade as pessoas têm habilidades regenerativas limitadas. As mudanças físicas e emocionais expõem a perigo a qualidade de vida dos idosos. O Geriatra Alemão Dr. Michael Ramscar considera que: "Afinal, os cérebros das pessoas mais velhas são lentos só porque elas sabem muito. As pessoas não declinam mentalmente com a idade. Os cientistas acreditam que elas apenas têm mesmo mais tempo para recordar fatos e acumulam muito mais informações nos seus cérebros. Muito parecido com o que acontece nos discos rígidos dos computadores quando ficam cheios, dificultando assim o tempo de acesso às informações pretendidas. Os investigadores dizem que esta desaceleração não é o mesmo que o declínio cognitivo.

O cérebro humano funciona mais lentamente na velhice, disse o Dr. Michael Ramscar, mas apenas porque temos armazenadas mais informações. Com o tempo, o cérebro de pessoas mais velhas não fica mais fraco. Pelo contrário, elas simplesmente sabem mais.
Mesmo quando as pessoas mais velhas se esquecem do que iam fazer na outra dependência da casa, esse não é um problema de memória mas apenas uma forma da Natureza as obrigar a fazer mais exercício físico".
Eu sei que tenho mais amigos a quem deveria mandar isto mas, de momento, não consigo recordar os respetivos nomes. Por isso, agradeço que o enviem aos vossos amigos. Quem sabe eles também são meus amigos.

Autor desconhecido

Dezembro 2021

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

A EXPOSIÇÃO

Porto - Portugal


O Serralves em Luz, transforma pela primeira vez todo Parque de Serralves numa impactante exposição de luz, proporcionando a fruição noturna deste magnífico espaço através de uma experiência surpreendente.

Com desenho de luz de Nuno Maya em articulação com a equipa do Parque de Serralves, esta grande exposição ao ar livre apresenta-se uma enorme dinâmica de luz e cor, criando uma atmosfera mágica que se estende a todo o Parque de Serralves, dando a descobrir deslumbrantes novas perspetivas em torno deste notável património natural e arquitetónico.

Recorrendo a variadas fontes de luz, como o LED, o halogénio, o hmi, o laser ou o vídeo, são criadas ambiciosas experiências visuais e sensoriais que transportam o visitante em diferentes percepções entre o real e o imaginário, construindo-se diálogos estáticos ou em movimento, através de 28 instalações ao longo de um percurso de 3km que atravessa todo o Parque.

A introdução da cor, do som e de inovadores efeitos visuais permitem ao público vivenciar o Parque de uma forma muito distinta do seu estado habitual. As instalações luminosas transformam o espaço em ambientes imersivos que nos transportam para as diferentes estações do ano, que permitem a conexão com diversos elementos naturais do Parque – como a água ou a vegetação - e que nos levam a experienciar, de uma forma original, manifestações luminosas da natureza como o sol, a lua, os reflexos, o arco-íris e outros efeitos atmosféricos.


SERRALVES EM LUZ

DESENHO DE LUZ: NUNO MAYA

Parque 29 JUL - 07 NOV 2021



 

PRESÉPIO


 Montijo - Portugal

IGREJA DE S. DOMINGOS


 Lisboa - Portugal

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

 


Castro Verde é uma graciosa Vila Portuguesa, município pertencente ao Distrito de Beja na região do Alentejo, a cerca de 190 km de Lisboa, com 6.878 habitantes conforme censo de 2021.

A Estrada Nacional 2 (EN2) é a via mais extensa de Portugal, percorre o país de norte a sul de Chaves no Distrito de Vila Real a Faro no Algarve com aproximadamente 740 Km, atravessando 35 concelhos entre os quais Castro Verde faz parte de seu caminho. Rota muito cobiçada pelos turistas.

A Universidade Sénior do Montijo promoveu mais uma viagem de estudo, organizada pelo professor Pedroso da Silva, quem leciona três disciplinas: Calendário & Relógios, Heráldica e Números & Números.

Primeiramente visitamos o Museu da Lucerna, utensílios utilizados para iluminação semelhantes a lamparinas, porém feitas em barro. O Museu possui o maior conjunto de lucernas romanas do mundo considerado pela Revista National Geografhic em 2018, aproximadamente, mil exemplares que nos reportam aos séculos I, II e III d.C.  

As lucernas eram muito usuais nas minas, principalmente, na Faixa Peritosa Ibérica porque a água na região possuía um ph extremamente ácido que corroía facilmente os metais. Pensavam-se que apenas os mineiros as utilizavam, as quais seu depósito de azeite era suficiente para durar uma jornada de trabalho e até seria uma forma de controle, como também, eram mais resistentes facilitando seu manuseio.

Os utensílios foram encontrados em 1994 durante trabalhos arqueológicos na Povoação de Santa Bárbara de Padrões, junto a igreja e ao cemitério. Acreditava-se a princípio que era uma olaria devido a concentração das unidades no local, mas perceberam que era um espaço de culto aos Deuses como nas igrejas e santuários que atualmente são acesas velas.

Cada uma é diferente, decorada conforme o poder econômico, das mais simples as mais sofisticadas com arte e beleza. Devido as inúmeras relíquias encontradas, o Museu foi aberto em 2004 para abrigar a preciosa coleção e difundir sua história. E nesta visita tivemos o prazer da apresentação do acervo guiado pelas Senhoras Sônia do Nascimento, Antônia Henriques e Cidália Matos. 

A região foi palco de muitos acontecimentos, provavelmente, tenha sido o local que ocorreu a Batalha de Ourique. Na verdade, não foi comprovado e identificado a região que aconteceu a dita peleja, a mítica batalha ocorreu nos Campos de Ourique e toda localidade que tem referência ao nome a tradição regional atribui sua realização.

 E assim onde esta a Igreja Nossa Senhora dos Remédios foi construída a primeira Igreja em homenagem a batalha, mandada construir pelo próprio D. Afonso Henriques, a qual teve o nome Chagas do Salvador. Mais adiante estava bastante degradada e pediram a D. Felipe II a sua restauração, entretanto ele não estava voltado para disponibilizar recursos para este fim por ser referência a luta perdida pelos espanhóis. 

Daí ele ordenou que todos os anos realizassem uma feira em Castro Verde e com o dinheiro arrecadado o povoado investiria na reconstrução. “Graças a feira a igreja foi reconstruída e, graças a igreja nasce uma das maiores tradições de Castro Verde”, feira realizada anualmente no terceiro fim de semana de outubro, sendo a primeira em 1620, assim, o Senhor Ricardo Colaço relatou sua história graciosamente.

Entre outros patrimônios históricos conhecemos o Moinho de Vento do Largo da Feira que sua existência é proveniente a 1813, desativado na década de 30 do século XX até que foi recuperado pela Câmara Municipal, inaugurado em 2003, muito interessante é apreciar seu funcionamento, como também, visitar o Posto de Turismo, pois está exposto os produtos, artesanatos, arte e cultura da região que é uma amostra da grandiosidade do concelho. 

Quanto a culinária tivemos a oportunidade de almoçar as apetitosas iguarias alentejanas no “Restaurante Planície”, onde iniciamos pelas entradas com pães, queijos, azeitonas, patês, após saboreamos uma deliciosa “Sopa de Cação” e como segundo prato “Carne do Alguidar” acompanhado com “Migas”, mais um bom vinho e as típicas sobremesas regionais para finalizar.

Cabe destacar que “Carne de Alguidar” é um prato feito de carne de porco preparado e repousado em uma tigela funda de barro que acreditam que realça o sabor do alimento, semelhante ao efeito das tradicionais panelas de barro no Nordeste do Brasil e “Migas” são a base de pão, azeite e alho.

Um dia recheado de novos conhecimentos e muita alegria…

Liliana Borges 

Dezembro 2021

UNIVERSIDADE SÉNIOR

Montijo - Portugal
 

HOJE É DIA DE FESTA


 

CASTRO VERDE, Nacional 2 a Lucernas…

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SEMPRE APRENDENDO

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

CUCUMIS MELO VAR. CANTALUPENSIS


 Corte transversal do fruto

DIOSPYRUS KAKI

Corte transversal do fruto
 

NATAL 2021


 

NATAL 2021


 

NATAL 2021


 Lisboa - Portugal

NATAL 2021


 

ELEVADOR DE SANTA JUSTA


 Lisboa - Portugal

O Elevador de Santa Justa, também referido como Elevador do Carmo, é um sistema de transporte público, situado no centro da cidade de Lisboa, no distrito de mesmo nome, em Portugal. Liga a rua do Ouro e a rua do Carmo ao largo do Carmo e constitui-se num dos monumentos mais interessantes da Baixa de Lisboa.

S. CUCUFATE, Ruínas Romanas…

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SEMPRE APRENDENDO



domingo, 19 de dezembro de 2021

NATAL 2021


Museu de Évora - Núcleo de Arte Sacra da Igreja das Mercês 

NATAL 2021


 Museu de Évora - Núcleo de Arte Sacra da Igreja das Mercês

NATAL 2021


 Museu de Évora - Núcleo de Arte Sacra da Igreja das Mercês

NATAL 2021


 Museu de Évora - Núcleo de Arte Sacra da Igreja das Mercês

NATAL 2021


 Museu de Évora - Núcleo de Arte Sacra da Igreja das Mercês

NATAL 2021


Museu de Évora - Núcleo de Arte Sacra da Igreja das Mercês

NATAL 2021


O mais antigo presépio barroco português esteve mais de 200 anos desmontado e guardado em caixotes. Encomendado pelo Convento da Madre de Deus ao mestre António Ferreira, é composto por 42 esculturas únicas. Uma encenação em fundo azul, com anjos a voar